21 de mai. de 2013

A culpa é do comunismo

Em 1937, Getúlio Vargas planta na sociedade, sobretudo na classe média, o medo de uma suposta tomada do poder pelos comunistas. O Plano Cohen dá subsídio para que Vargas, pela 3ª vez derrube a Constituição Federal do Brasil e implante uma Ditadura Militar. É o início de um governo opressor, diferente do primeiro governo populista, que tanto cativou os brasileiros. Os partidos políticos perdem sua liberdade. O Congresso Nacional é fechado. É criado um Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) que tem a missão de mostrar para o povo quão bom é o Pai dos Pobres.

Em 1961, quando Janio Quadros renunciou ao cargo de Presidente da República, os ministros Militares tentaram impedir a posse de João Goulart (vice), devido a sua aproximação com os comunistas – isso era uma ameaça ao Brasil. Várias reformas foram colocadas em debate. Reformas estas (fiscal, agrária, da educação, urbana, eleitoral) que não agradavam os conservadores. Como resultado, o Congresso impediu suas aprovações. Tomados pelo medo do caos, já que o presidente vinha aprovando as reformas com o apoio dos setores organizados da sociedade, os militares caíram em campo e tentaram sensibilizar a população para o risco de se ter um governo comunista, como o que estava “pautado” por Jango. Veio a Revolução Redentora que derrubou o presidente em 1º de abril de 1964.

Atualmente...

Insatisfeitos com uma guinada de rumo da economia, onde a transferência de renda é notória. Em que cada vez mais brasileiros entram para o mercado de trabalho e saem da linha de pobreza. Onde se conquistam mais e mais direitos, como na primeira parte do governo populista de Vargas, ou nas intenções governistas de João Goulart. Quando os acessos aos equipamentos e serviços públicos que até então eram de exclusividade das elites nacionais passam agora, mesmo que através de cotas, aos setores menos favorecidos da sociedade. Porque será que agora a impressão que se tem é que estas elites tentam, também da mesma forma que os militares de outrora, ligar a imagem do governo ao comunismo (como se isso fosse ruim para a sociedade) e se baseiam no fantasma da “ditadura do proletariado” para impor o ódio entre as classes mais necessitadas e os governistas?

Falta ainda à população perder o medo do comunismo/socialismo, conhecê-lo, e clamar por ele. Daí, quem sabe, o ódio não vire amor?

Um comentário:

Flávio disse...

O título do post me lembrou um filme: A Culpa é do Fidel. Se não assistiu ainda fica a dica. =]
Abraço