22 de jun. de 2016

Sobre nós

Já havia comentado aqui, neste blog, da nova onda de consciência política que emplacou as mentes dos brasileiros, em especial, desde quando o gigante acordou, em junho de 2013.

Lembro que, até então, discutir política era coisa de filiado, e apenas filiados de partidos de esquerda, ou, quando muito, universitários de humanas, principalmente bacharelandos em ciências sociais.

Obvio que há uma contribuição enorme da grande mídia burguesa, que percebeu a oportunidade de inflamar corações valentes a irem às ruas questionar todo o sistema político, a corrupção e cobrar a alternância de governo (se me permitem, essa chamada, claro, é um atestado de insatisfação dos tais setores conservadores da sociedade com o sistema político do PT, a corrupção do PT e pela alternância de governo, desde que se tire, a qualquer custo, o PT de lá).

O que acontece é que a vontade de demonstrar conhecimento total sobre os rumos políticos do país é tão grande que muitos brasileiros conseguem passar vergonha e ainda estufam o peito, cheios de certeza do que nunca quiseram tomar nota. A vergonha alheia vem de todos os lados, dos defensores da democracia e dos defensores da democracia que não contenha petistas.

Virou briga de torcida organizada. Lembra um Botafogo-PB x Campinense, com direito a achincalhe e pontapés.

Mas há outro fenômeno ainda mais perigoso: os tons de vozes que se voltam contra o governo. E não falo apenas no governo em nível federal. Penso nas outras duas esferas: estadual e municipal. Chegam a ser ridículos os ‘memes’ de gestores e gestões, as cobranças das oposições, as piadas dos eleitores do outro candidato derrotado, que se fazem a este ou aquele evento.
Perceba, no plano local (Estado da Paraíba e sua capital), focando no caso da Lagoa do Parque Sólon de Lucena.

É um local/equipamento público fundamental para os pessoenses e para os paraibanos. Precisava de uma intervenção pública urgente. E foi feita. Mas não durou dois dias pós inauguração para que as fábricas de intrigas soltassem seus apelos publicitários contra a imagem do gestor municipal.

Não quero aqui fazer a defesa do prefeito Luciano Cartaxo. Acho, inclusive, que ele perdeu a grande oportunidade de entrar para história local, fazendo uma gestão sem água nem sal, pífia. Mas a Lagoa, a Lagoa merecia passar pelo que passou.

Claro que venderam um peixe grande para nós e entregaram uma piaba, fazendo um comparativo entre o projeto apresentado e o que foi executado. Mas daí condenar que a reforma daquele espaço não tem seu valor é irresponsável.

Na verdade, essa briga, até tempos atrás era feita apenas entre os grandes nomes dos partidos políticos, como disse mais acima. Faz parte da disputa eleitoral, de cooptação de votos. Mas hoje são os cidadãos comuns que fazem essa guerrinha.

Eu, este desconhecido redator deste portal mal acessado, particularmente, sempre tive vontade de ver uma ampla reforma na Lagoa. Era um sonho. Vivi minha infância entre os Parques Sólon de Lucena e Arruda Câmara, que nós aqui chamamos de Bica. E ela, a reforma, foi feita.

Teve problemas? Sim, claro. Qual evento ou intervenção de espaço público, realizado por empresas privadas, que visam apenas lucro, não tem problema?

O ‘pier’ rachou? A tinta da ciclovia soltou com a primeira chuva? É culpa do gestor? Será?
O que vi hoje, passeando por ali, foram os funcionários da empresa que fez o serviço (ou parte dele) la´, realizando os devidos reparos na pista, depois de já terem reparado o ‘pier’. Faz parte do contrato. É garantia de serviço. E está certo.

Da nossa parte, denunciar e cobrar que se faça correto ou que se corrija o erro e pronto. É tudo o que precisamos fazer. As piadas, os ‘memes’ e as calunias, difamações, deixemos isso para os políticos profissionais e os nomes dos partidos da oposição, embora reconheça que as críticas, as cobranças, mesmo de forma agressiva, resultam em uma retratação, em forma de melhoria, de projetos que se fizeram sem pensar no conjunto da sociedade. Exemplo disso? A passagem de pedestre, ligando os bairros de Mangabeira e Bancários, no meio do chamado Trevo das Mangabeiras, pensada e construída somente após protestos ‘online’, ou as faixas de pedestres e sinais de transito colocado no anel externo da Lagoa, pensada também apenas após protestos e críticas.

Porém, e infelizmente, alguns equipamentos não têm conserto, por maior que seja o furo no ego dos nossos representantes, com as cobranças e pilherias. Alguém viu alguma melhoria no estádio Almeidão depois da grande reforma?


No final, para além do respeito ao gestor público, cobremos que se mude a forma de fazer política no Brasil, na Paraíba, em João Pessoa. Cobremos que cada gestor, cada secretário, cada funcionário público lembre, no dia-dia, que o cliente deles somos nós.

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