2 de nov. de 2010

E agora, José?

Ricardo foi eleito governador. Como ele mesmo insistiu em dizer, "ganhou". Para ele, primeiro era preciso ganhar e, depois quem sabe, contabilizar o tamanho, ou não, da vitória.

Com a vitória de Ricardo Coutinho veio a derrota primeiro, de José Maranhão, segundo, dos próprios ricardistas, que depois de passada a sensação gostosa de uma ejaculação precoce, amargarão o sabor tenebroso do deixar-se de lado.

Com a vitoria de Ricardo Coutinho veio a derrota dos movimentos sociais que estão, agora, no mesmo balaio em que se encontram Cássio Cunha Lima e Efraim Morais, PSDB e DEMOCRATAS. A derrota é grande. São esses dois partidos que farão frente ao governo da eleita presidente Dilma Rousseff, do PT. A derrota é maior ainda porque o governador eleito se elegeu as custas dos quase 40% de reprovação à Dilma, que teve, no Estado vizinho de Pernambuco, 75% de aprovação. E agora José?

No histórico de Ricardo consta atropelar companheiros, tratorar aliados, ceder a empresários, política do pão-e-circo, canteiro de obras (muito questionado no adversário, inclusive), venda de cargos de secretariado para obter maioria no legislativo, arrogância, incompreensão, antipatia, ufa! Ele ainda é a esperança? Mas, e agora José?

Ricardo foi para o segundo turno, obteve 150 mil votos de diferença e não foi graças a ele, o senhor Deus da capital. Inclusive, na capital, onde é tido como liderança, obteve cerca de 20% a menos de votos do que quando disputou a prefeitura. Ricardo deve seu desempenho ao governador-cassado-senador-cassado Cássio Rodrigues da Cunha Lima, seu fiel ex-rival articulador nos grotões da Paraíba.

Ricardo obteve expressiva votação mas não obtém maioria na Assembléia Legislativa. Não enviou UM, APENAS UM que fosse, deputado federal da sua legenda para Brasília e ainda vai ter que amargar a esperança de ver o STF decidir se autoriza ou não o registro de candidatura do seu coordenador de campanha para, assim, ter em quem se segurar nos próximos 4 anos e, ai (o perigo novamente), ficar dependente de Cássio, mais uma vez.

Se engana quem acredita friamente que a vitória de Ricardo Coutinho representa a vitória da Paraíba. Se enganou também quem acreditou que o Deputado Estadual, que criou leis contra empresários de transporte inter-municipal em favor de estudantes, que patrocinou, mesmo que com uma nota de R$ 20,00, as manifestações contra os deliberados aumentos de passagens na capital, quando eleito, seria uma força contra essa máfia que, com o aval do executivo municipal (agora estadual), só vem crescendo a passos largos, com concessões gratuítas de 20 anos e aumentos consecutivos.

Se enganou, profundamente, quem acreditou que o novo enterraria Maranhão e os Cunha Lima, para dar vez às vozes caladas da sociedade civil desorganizada.

Se enganou quem acreditou que “primeiro é preciso ganhar!”

Que Deus abençoe o nosso Estado daqui pra frente!

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