31 de mai. de 2013

Uma crítica às críticas - Botafogo-PB: Campeão paraibano de 2013

Hoje (ou ontem - passou-se da meia-noite e eu nem notei) o time da capital da Paraíba, Botafogo, conhecido como Belo (da maravilha do contorno), sagrou-se campeão estadual.

Em meio à tanta desorganização, ditadura da mulher no futebol (recebida via herança há 30 anos), um homem toma a frente de um time igualmente bagunçado e, repetindo a receita do bolo de anos atrás, consegue levantar não só o título de campeão, mas o de maior público do ano, graças a injeção de de ânimo na cabeça de milhares de torcedores.

Mesmo com o brilhante trabalho da equipe e da presença maciça dos torcedores em meio ao turbilhão de irresponsabilidades, arbitrariedades e malfeitorias em prol do nosso futebol, certamente, ainda assim, como o fez meu irmão Flávio Menezes (da parte dele não por mal), os torcedores do time campinense irão rechaçar (ou rebaixar) o feito com frases do tipo "só aparecem nessas horas", "só assim pra gente ver os botafoguenses" ou ainda "e o botafogo tem torcida? nem sabia!".

De fato, a torcida do Belo é incompreensível. Se o time vai bem, a torcida anda de bom humor. Se vai mal, sequer dá as caras. Mas essa ultima não foi o que se viu na decisão de 2013. Na segunda-feira (27), fomos ao estádio, vimos o time jogar ruim, perder lances importantes e, por fim, perder o jogo. Então, como de praxe deveríamos ter vaiado o time e enrolado nossas bandeiras e termos sumido! Mas, a torcida aplaudiu toda a equipe e, acreditando naquele momento ser irreversível aquela derrota, deu seu apoio a todos os que fizeram do campeonato paraibano de 2013 um dos melhores para se ser visto no Brasil. Contudo, não se sentindo rejeitado, o botinha foi lá e fez o que parecia impossível.

Enfim. O que mais impressiona em tudo quando se trata do futebol paraibano é o fato de que, para alguns (e para todos os campinenses e recifenses/PE) o fato de nós não darmos total enfase aos times locais, diga-se não os ter como time do coração, haja visto que damos preferencia a times do eixo Rio-São Paulo, isso nos é computado como uma negação às nossas raízes.

Talvez, no nosso caso aqui da capital e no caso de algumas regiões isoladas do nordeste brasileiro, não se tenha essa NECESSIDADE DE AUTOAFIRMAÇÃO e nem nada que se pareça com uma síndrome da baixa autoestima imprimida na auto-exaltação vista no cotidiano dos nossos irmãos tão próximos e tão distantes ao mesmo tempo.

Créditos: imagem retirada de http://gartic.uol.com.br/imgs/mural/as/asteerix/botafogo-pb.png

21 de mai. de 2013

A culpa é do comunismo

Em 1937, Getúlio Vargas planta na sociedade, sobretudo na classe média, o medo de uma suposta tomada do poder pelos comunistas. O Plano Cohen dá subsídio para que Vargas, pela 3ª vez derrube a Constituição Federal do Brasil e implante uma Ditadura Militar. É o início de um governo opressor, diferente do primeiro governo populista, que tanto cativou os brasileiros. Os partidos políticos perdem sua liberdade. O Congresso Nacional é fechado. É criado um Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) que tem a missão de mostrar para o povo quão bom é o Pai dos Pobres.

Em 1961, quando Janio Quadros renunciou ao cargo de Presidente da República, os ministros Militares tentaram impedir a posse de João Goulart (vice), devido a sua aproximação com os comunistas – isso era uma ameaça ao Brasil. Várias reformas foram colocadas em debate. Reformas estas (fiscal, agrária, da educação, urbana, eleitoral) que não agradavam os conservadores. Como resultado, o Congresso impediu suas aprovações. Tomados pelo medo do caos, já que o presidente vinha aprovando as reformas com o apoio dos setores organizados da sociedade, os militares caíram em campo e tentaram sensibilizar a população para o risco de se ter um governo comunista, como o que estava “pautado” por Jango. Veio a Revolução Redentora que derrubou o presidente em 1º de abril de 1964.

Atualmente...

Insatisfeitos com uma guinada de rumo da economia, onde a transferência de renda é notória. Em que cada vez mais brasileiros entram para o mercado de trabalho e saem da linha de pobreza. Onde se conquistam mais e mais direitos, como na primeira parte do governo populista de Vargas, ou nas intenções governistas de João Goulart. Quando os acessos aos equipamentos e serviços públicos que até então eram de exclusividade das elites nacionais passam agora, mesmo que através de cotas, aos setores menos favorecidos da sociedade. Porque será que agora a impressão que se tem é que estas elites tentam, também da mesma forma que os militares de outrora, ligar a imagem do governo ao comunismo (como se isso fosse ruim para a sociedade) e se baseiam no fantasma da “ditadura do proletariado” para impor o ódio entre as classes mais necessitadas e os governistas?

Falta ainda à população perder o medo do comunismo/socialismo, conhecê-lo, e clamar por ele. Daí, quem sabe, o ódio não vire amor?

7 de mai. de 2013

Primeira lamentação de 2013

Foi-se o tempo em que eu tinha inspiração para criar textos, por menor que fossem, para meu blog. A ultima postagem consta do dia 23 de outubro de 2012, ainda sob o calor das eleições.
Mas, o que me falta? Ou melhor, o que me tira a inspiração para escrever?
Em um primeiro momento, me vejo com fome de leitura. E leio. Leio tanto que às vezes durmo entre uma pagina e outra, daí me perco, e não retomo o gosto pela mesma leitura. E o que isso tem a ver? Leio, me informo, procuro outras fontes, crio meu ponto de vista e, por fim, escrevo. Então, se leio e logo escrevo, porque não o faço?
Na real, talvez aqueles que dispensaram um tempinho da sua navegação pela net lendo o Cidadão Silva já tenham percebido que gosto muito de falar sobre política. E que tomo partido por alguns projetos ao ponto que tento descascar outros. Mas até isso, ultimamente, me tem deixado ‘fastioso’. Sem querer, relendo meus textos tão solitários de comentários neste blog, me dei conta de que estava partindo pra uma vertente da qual tanto questiono: o deleite sobre agenda eleitoral (e não política) que tanto as emissoras de FM insistem em praticar em seus radiojornalismos.
Mas talvez calar, pra mim, sirva de consolo, diante da inércia de um governo cujo qual eu, mesmo que de forma tímida, tenha ajudado a construir.

P.S. Inércia, pra mim, não está em não ter inaugurado terceira faixa de avenidas, praças próximo à shoppings centers e nem terminais de integração.